De atirador a sargento: a realização de um sonho

História de superação

Publicado em 10/12/2024 09h00 | Atualizada em 10/12/2024 12h07

Acervo pessoal

Brasília (DF) – Desde a infância, o jovem Jeliton Araújo, de Paranavaí, no Paraná, sonhava em ser bombeiro. Na pequena cidade, sem uma unidade militar e com pouco contato com o Exército Brasileiro, ele não imaginava um futuro nas Forças Armadas. No entanto, sua trajetória começou a mudar em 2019, durante o serviço militar obrigatório no Tiro de Guerra local.

Após terminar o ensino médio em 2017, ele iniciou a faculdade de Ciências Contábeis, mas a escolha ainda era incerta. Quando ingressou no Tiro de Guerra, começou a observar de perto os instrutores fardados e a disciplina com que desempenhavam suas funções. “Não conhecia nada do Exército até então. Eu ficava admirado com os instrutores e tudo o que eles ensinavam”, contou.

A experiência despertou uma curiosidade: afinal, o que fazem esses profissionais? Inspirado por seus superiores e pela rotina no Tiro de Guerra, decidiu aprofundar-se no mundo militar. No decorrer do ano, os próprios instrutores apresentaram informações sobre os concursos da Escola de Sargentos das Armas (ESA) e da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) — oportunidades que ele até então desconhecia.

Ao ser dispensado no final de 2019, seu interesse já estava formado: Jeliton queria ser militar. “Em janeiro de 2020, comecei a correr na praia de Guaratuba e cantarolar canções militares. Decidi que estudaria para a ESA”, lembra. Com dedicação total aos estudos, trancou a faculdade e focou no concurso. No entanto, a primeira tentativa foi frustrante e o nervosismo na hora da prova o levou a um resultado negativo.

Sem desistir, em 2021, intensificou a preparação. Decidiu também realizar o concurso da EsPCEx. Apesar de não ser aprovado na redação, conseguiu passar na prova da ESA, ingressando oficialmente na carreira militar. Hoje, o Sargento Jeliton já percorreu diferentes estados e construiu amizades pelo país. No 61º Batalhão de Infantaria de Selva, onde atua, já exerceu funções de comando e foi instrutor em cursos fundamentais para os novos soldados.

Agora, o seu próximo objetivo é realizar o Curso de Operações na Selva e o curso de busca e salvamento da aviação do Exército, o SAR, pois, além do espírito patriota, carrega o desejo de resgatar e salvar vidas. “Desde que comecei, tenho o desejo de me tornar um Guerreiro de Selva. Sigo o exemplo dos meus instrutores e o amor pelo país que eles me passaram”, afirma.

A história desse jovem paranavaiense reflete como a experiência no serviço militar pode transformar sonhos e abrir portas para novas vocações, até mesmo em uma cidade distante da realidade militar.

Fonte: Centro de Comunicação Social do Exército